Bailarina formada pela FLMA integra companhia de ballet de Taubaté-SP

Ex-aluna da instituição passou por quatro dias de audição para integrar a companhia de ballet taubateana, fundada em 2006.

Todo processo de ensino e aprendizado pode ser engrandecedor, especialmente quando a troca entre professor e aluno rende bons frutos. É pensando nestes resultados que, desde 2008, a Fundação Lia Maria Aguiar se dedica a oferecer, para crianças e jovens de Campos de Jordão, todo tipo de auxílio e possibilidade através da arte, disposta a celebrar das pequenas às grandes conquistas de todos aqueles que passam pelos núcleos socioculturais da instituição.

O ano de 2021 começa com a boa nova de que a jovem Thaís Maria da Silva Santos, ex-aluna do Núcleo de Dança, está entre as bailarinas escolhidas para ingressar no ‘Balé da Cidade de Taubaté‘.

A oportunidade, que surgiu após um processo de avaliação por vídeo seguido de audição presencial, respeitando todos os protocolos de segurança da Covid-19, levou a jovem jordanense a ter suas habilidades testadas no Ballet Clássico e na Dança Contemporânea, e a conquistar uma das 12 concorridas vagas disputadas por 35 candidatos pré-selecionados.

Thaís Maria da Silva Santos
Foto: Renan Livi/Bolha Set

Oportunidades que engrandecem

“Fiquei bastante feliz pela oportunidade. Agora, como profissional, a visão é totalmente diferente; estar de mente, corpo e coração aberto para as oportunidades dentro da companhia, mas principalmente aprendendo e tendo trocas com o próximo. Todos estão ali porque realmente amam e escolheram a dança como profissão”, contou a bailarina que revelou ainda o desafio de audicionar usando máscara, considerando o clima diferente de Taubaté comparado à Campos do Jordão. 

Adepta da dança desde 2009, foi aos 13 anos que Thaís se interessou por buscar um maior aprofundamento na área e ampliar sua prática, o que tornou o curso da FLMA a melhor opção. Indicada por uma amiga já matriculada, ela se inscreveu no processo seletivo em 2010, e foi aprovada para integrar o Núcleo coordenado pela professora Fabiana Nemeth, de onde saiu formada e com DRT em 2018, aos 21 anos.

Uma jornada incrível

“A Thaís não teve uma caminhada fácil, mas sempre deixou muito claro que queria ser bailarina. É uma menina muito dedicada e responsável, que conseguiu enfrentar sua timidez, suas inseguranças e dificuldades técnicas e, a partir disso, melhorar seus resultados, conquistando seu espaço. Ela sempre apresentou uma característica de interpretação artística muito forte, e por consequência disso, se apresentou muitas vezes como solista em espetáculos como ‘O Lago dos Cisnes, conta Nemeth.

“Para mim todos os espetáculos têm uma história envolvida e acabam sendo importantes, mas ‘O Lagos dos Cisnes’ foi especial, pois foi quando a Fundação completou 10 anos, foi o ano que me formei, e ainda tive a oportunidade de fazer a Odette e a Odile. Isso me leva a uma lembrança de 2013, quando fomos para o Seminário Internacional de Brasília, e lá teve a montagem de ‘O Lago dos Cisnes’, com Márcia Jacqueline e Denis Vieira como os bailarinos solistas. Foi a primeira vez que assisti um ballet completo, e nunca imaginei que, alguns anos depois, eu estaria dançando esse ballet tão famoso”, relata Thaís.

Dentre as boas memórias da jovem, ela ainda reserva um lugar especial para uma experiência internacional, vivida ao conquistar uma bolsa na The School of Cadence Ballet, no Canadá. Oportunidade essa que se fez possível não apenas por todo seu esforço e talento, mas também pelo suporte oferecido pela Fundação Lia Maria Aguiar, a ela e sua família, durante as duas semanas de estudo intensivo. 

Thaís no Canadá
Thaís Santos no Canadá | Foto: Arquivo Pessoal

Experiência de Sucesso

“Foi uma experiência incrível, onde tive todo o apoio da Fundação do começo ao fim. Quando estava lá, todos os dias tinha contato com a Coordenadora Fabiana e com os meus pais pelas redes sociais, então foi fácil lidar com essa questão de estar sozinha em outro país. A rotina era bem puxada por ter aulas de segunda a sábado, mas tive a oportunidade de fazer aulas diferentes, como a dança caráter. Foi um momento de muito aprendizado, amadurecimento, de se virar em uma outra língua, outra cultura e de ter tido a oportunidade de conhecer novas pessoas”, relembra.

O novo salto na vida de Thaís, que quando olha para o futuro só deseja estar em constante crescimento como bailarina e trabalhando com o que a faz feliz, é resultado de todo investimento e dedicação da Fundação Lia Maria Aguiar e seus profissionais, que não medem esforços para proporcionar, a centenas de alunos, condições mais igualitárias e oportunidades variadas.

“Enquanto Fundação, ter acontecido isso com ela é a realização de uma parte de um sonho, porque quando eles chegam em uma idade que, normalmente, precisam parar de fazer as aulas para trabalhar, fazer faculdade, ver que uma aluna quer continuar sendo bailarina e ir em busca disso, é super gratificante. Eu fui bailarina, me tornei professora, e é muito bom quando a gente pode criar esses alunos para passarem pelas experiências que passamos. Por isso sempre incentivamos para que eles acreditem no potencial que tem, procurem por audições, queiram se profissionalizar”, conta Nemeth.

“A Fundação foi a minha segunda casa por muitos anos, eu realmente cresci nela. Eu sou muito grata por ter tido um lugar para fazer aulas, por ter tido tantas oportunidades, por estar no palco onde realmente sou a Thaís, e por ter tido profissionais incríveis junto comigo, pois sabemos que essa realidade é bem diferente no resto do país. Por fim, quero deixar a minha eterna gratidão à Dona Lia, por ter mudado a minha vida, e de muitas pessoas, por acreditar na arte. Minha reverência à Fundação, à Coordenadora Fabiana, a todos os professores e funcionários que estão ali todos os dias. Muito obrigada”, encerra Thaís agradecendo a instituição.

Thaís ballet clássico Núcleo de Dança
Thaís Santos como Rainha de Copas no espetáculo da FLMA, ‘Alice no País das Maravilhas’ | Foto: Renan Livi/Bolha Set

O Encantador Espetáculo Maria Borralheira

Com uma readaptação do clássico infantil “Cinderela”, o Núcleo de Dança inova na apresentação com a junção do ballet clássico e das danças folclóricas

Nos dias 22 e 23 de setembro, o Auditório Cláudio Santoro abrigou os pais e familiares dos alunos do Núcleo de Dança da Fundação Lia Maria Aguiar, que, ansiosos, aguardavam a inesquecível apresentação preparada por toda equipe.
O enredo já era conhecido, o clássico infantil “Cinderela”, mas a forma com que a história estava sendo contada era totalmente diferente e encantadora. O Núcleo decidiu apresentar um espetáculo enfatizando a rica cultura do norte e nordeste do nosso país e eles simplesmente surpreenderam.
Maria Borralheira se passou no interior do Sergipe e seguindo a tradicional narração, conta a história de uma menina órfã que, apesar de muitas contradições, não deixa de acreditar nos seus sonhos. Além da incrível readaptação do enredo e da mensagem motivadora que o espetáculo trouxe, outra inovação fez parte desse projeto: a inserção das tradicionais danças folclóricas. Como uma forma de incentivar a cultura brasileira, os alunos puderam aprender um pouco mais sobre essas tradições e aliar ao ballet clássico em construções incríveis.
A apresentação reuniu as primeiras turmas do Núcleo e apesar da pouca idade, os pequenos demonstraram todo o talento e encantaram os pais e familiares com a execução perfeita das coreografias. Outra característica do espetáculo foi a responsabilidade ambiental, o cenário e os figurinos foram todos feitos a partir de material reciclado ou com o reaproveitamento de peças já existentes, o que tornou a apresentação ainda mais bonita.
Foram meses de ensaio e muita dedicação dos professores, colaboradores e alunos para que o espetáculo fosse um sucesso e nada mais justo do que colher exatamente os frutos que foram plantados. Por isso, as duas noites de apresentação acabaram com muita alegria, carinho e claro, um orgulho enorme de todos os alunos e equipe do Núcleo de Dança.
 
Confira alguns momentos dessa apresentação: