Instituições de ensino construíram protótipos do famoso 14-BIS para concorrer a prêmios estimados em até R$ 20 mil. Modelos estarão expostos durante temporada do musical “Além do Ar”.
Com o propósito de estimular a criatividade e fomentar o resgate da importância do Brasil na história na Aviação, a Fundação Lia Maria Aguiar realizou um concurso cultural para as escolas municipais de Campos do Jordão. Os estudantes, em conjunto com o corpo docente, aceitaram o desafio de desenvolver um protótipo do 14-BIS, o famoso modelo desenvolvido por Santos Dumont, responsável pelo voo histórico no Campo de Bagatelle, em Paris, entre outros feitos.
A iniciativa, que teve especialmente como intuito incentivar à educação e promover valores, está atrelada a grande homenagem prestada ao aviador pela instituição, que, para celebrar tal memória e importância, adaptou sua vida e obra para os palcos com a produção do espetáculo original “Além do Ar – Um Musical Inspirado em Santos Dumont”, escrito por Fernanda Maia e dirigido por Keila Fuke e Thiago Gimenes, que chega dia 22 de novembro ao palco do Auditório Claudio Santoro, localizado em Campos do Jordão, para apenas sete apresentações até 1º de dezembro.
O projeto multidisciplinar mobilizou direta e indiretamente 14 escolas da cidade, sendo nove do Ensino Fundamental I e 5 do Ensino Fundamental II. Cada unidade selecionou alunos, professores e contou com o apoio de familiares e amigos para reunir as mais criativas ideias e colocá-las em prática no desenvolvimento dos protótipos que deveriam seguir algumas regras de construção, como ter 1 metro de comprimento e até 1,2 metro de envergadura, com tolerância de até 10 centímetros (a mais ou a menos nas medidas do projeto). O formato da apresentação e a escolha dos materiais utilizados, livre de orientações, resultou em uma sequência de demonstrações autênticas, divertidas e também emocionantes, onde foi possível conhecer cada processo de estudo e realização, capaz de unir, divertir e ensinar os envolvidos.
“Foi muito legal ver a dedicação de todos. Muito além de buscar réplicas exatas do 14 Bis, nós quisemos incentivar o que pregamos na Fundação, que é o trabalho em equipe, ver pessoas melhores, pessoas que se ajudam, que veem oportunidades novas, estudam coisas diferentes, foi principalmente isso que tentamos avaliar para chegar à decisão final”, explicou Alexandre Milla, membro da direção da FLMA, minutos antes de anunciar os projetos escolhidos.
Os modelos foram expostos na sede do Núcleo de Teatro da Fundação e analisados por uma Comissão representada por Milla, o engenheiro de pipas Ken Yamazato – responsável por parte da cenografia do musical – e Ricardo Magalhães, representante da família de Dumont e vice-presidente do Instituto que leva seu nome. Encantados e satisfeitos com o resultado apresentado por todos os participantes, os jurados, que tinham a missão de escolher, entre todos os concorrentes, cinco para que ficassem expostos no foyer do Auditório onde será apresentado o musical, acabaram por permitir que todos tenham visibilidade, porém apenas três deles foram premiados com quantias em dinheiro destinadas à melhorias e benfeitorias às escolas responsáveis.
Em 3º lugar ficou a instituição E.M Dr. Tancredo de Almeida Neves, que se destacaram pela engenharia do projeto, já em 2º lugar ficou a E.M Elizabeth J. de Andrade, que conquistou pela originalidade nas escolhas, e liderando a lista ficou a E.M Frei Orestes Girardi, que surpreendeu desde a execução de sua apresentação, usando da prática da encenação, até as escolhas de construção do avião, que abriu mão do visual antigo e apostou em um 14-BIS do futuro, com proposta de energia solar.
“Este concurso foi muito mais do que eu esperava. É uma emoção muito grande ver que hoje, em virtude de um musical em uma cidade, que, teoricamente não teria a ver com aviação e Santos Dumont, exceto por ser uma das mais altas do Brasil (risos), que ele foi capaz de inspirar todas as escolas a desenvolverem trabalhos impressionantes, que envolveram os professores, os alunos e os pais, e sem que tenhamos uma data comemorativa para isso. O resultado é esplendoroso, não tem outra palavra. Santos Dumont sempre se dedicou muito, assim como todos aqui. Foi lindo, porque eles tiveram um tempo exíguo, um mês e pouquinho apenas, então realmente foi um trabalho maravilhoso. Quando tivemos o centenário, não houve um resultado tão grande quanto esse. Impressionante”, celebrou emocionado Ricardo Magalhães, vice-presidente do Instituto Alberto Santos Dumont.